Reprovação a Tarcísio de Freitas dobra em dois anos de gestão, aponta Datafolha

247 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), segue com um índice de aprovação que se mantém estável desde o início de seu governo, mas enfrenta uma duplicação da reprovação em dois anos, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha. O levantamento, que ouviu 1.500 pessoas em 81 municípios paulistas entre os dias 1º e 3 de abril de 2025, mostra que 41% dos entrevistados consideram a gestão ótima ou boa, enquanto 33% a avaliam como regular, 22% como ruim ou péssima, e 4% não souberam opinar. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. As informações são da Folha de S. Paulo.

No mesmo período do ano passado, a aprovação era de 44%, e a reprovação estava em 11%, refletindo uma diferença significativa na avaliação negativa do governo. O crescimento da reprovação coincide com o engajamento do governador em ações políticas que o associam ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), especialmente com sua defesa pela anistia dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Embora Tarcísio tenha negado publicamente qualquer intenção de concorrer à presidência em 2026, sua ascensão como possível candidato da direita para o cargo ganhou força diante da inelegibilidade de Bolsonaro até 2030. Seu foco, contudo, continua sendo a reeleição para o governo paulista.

O quadro de Tarcísio, contudo, é mais negativo do que o enfrentado por seus antecessores no cargo. Durante o segundo mandato de Geraldo Alckmin (PSB) em 2013, por exemplo, a aprovação era de 52%, com 15% de reprovação, enquanto José Serra (PSDB) também alcançou 53% de aprovação em 2009, com 11% de desaprovação, números consideravelmente melhores para os ex-governadores em períodos semelhantes.

Além disso, o levantamento revela disparidades regionais significativas na avaliação do governo. Na região metropolitana de São Paulo, 28% dos eleitores consideram a gestão ruim ou péssima, enquanto nas cidades do interior, esse índice é de 16%. Por outro lado, 33% da Grande São Paulo aprovam o governo como ótimo ou bom, contra 48% no interior.

No entanto, a gestão de Tarcísio também foi marcada por avanços em algumas áreas, como a reativação de obras inacabadas de administrações anteriores, como a linha 17-ouro do metrô e o trecho norte do Rodoanel. No entanto, crises em segurança pública, como os vídeos de brutalidade policial que geraram forte repercussão, também marcaram seu governo, levando Tarcísio a reconhecer erros, como no caso da posição contra a instalação de câmeras nas fardas da Polícia Militar.

Ainda conforme a reportagem, entre os eleitores que se identificam com o PT, há um empate técnico entre aprovação e reprovação da gestão paulista. Em um recorte específico, 36% dos entrevistados avaliam o governo como ótimo ou bom, 34% como regular e 27% como ruim ou péssimo. A aprovação também varia conforme o perfil demográfico. Homens aprovam mais que mulheres, com 66% de aprovação entre os homens e 56% entre as mulheres. A aprovação também é mais alta entre eleitores com mais de 60 anos, alcançando 74% neste grupo.

O apoio de Tarcísio é mais forte entre os evangélicos, que representam um público alinhado às pautas bolsonaristas. Entre esse grupo, 71% aprovam seu trabalho como governador. Por outro lado, entre eleitores com ensino superior, a avaliação é mais equilibrada, com 53% de aprovação e 44% de desaprovação.