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Prefeitura de Porto Alegre drena primeiro enchente de região pouco habitada e ocupada por grandes empresas

Diretor do Dmae afirma que decisão é técnica: “não é por causa das empresas”

Sebastião Melo (Foto: Leonardo Lucena)

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247 -  A Prefeitura de Porto Alegre e o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) instalaram as quatro primeiras bombas flutuantes emprestadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em zona pouco habitada, mas ocupada por empresas como Femsa Coca-Cola, Stok Center, Havan e Motormac Geradores, informa o jornal GZH. A decisão revoltou moradores do bairro Sarandi, já que as estruturas produzem um efeito local de drenagem e não melhorarão a situação nas regiões mais habitadas.

“Os abusos não acabam. O governo Melo está atendendo os prejuízos de apenas alguns, enquanto mais de 26 mil moradores seguem alagados. O Sarandi pede socorro!”, disse a deputada estadual Laura Sito (PT-RS) via rede social.

O bairro Sarandi tem uma região que é densamente povoada e é coberta pela Estação de Bombeamento de Águas Pluviais (EBAP) número 10. No entanto, a casa de bombas não está funcionando por conta do nível das águas, que impede o religamento das estruturas. Assim, a região com milhares de casas continuará submersa.

O diretor-geral do Dmae, Mauricio Loss, afirma que a decisão de atender primeiro a EBAP 9 foi tomada com base em questões técnicas. “Estamos aqui para beneficiar a população. A gente não tem como chegar na casa de bombas número 10 porque o dique está completamente tomado de casas. Temos de, primeiramente, partir da casa de bombas número 9 e colocar ela em funcionamento. Não é por causa das empresas. É por causa da casa de bombas que estamos ali. Não temos como colocar as bombas lá dentro (da Ebap 10) porque não temos para onde bombear”, explicou.

Protestos em outros bairros - Durante a última quarta-feira (22), moradores dos bairros Navegantes e Humaitá protestaram contra a inoperância da prefeitura no escoamento das águas da região, que permanecem na altura do telhado das casas. Eles alegam que seria possível instalar uma bomba no local para escoar a água através de canos que passariam pela Freeway, rodovia que passa próxima a região. No entanto, Loss afirmou que a abertura de comportas ajudaria mais do que a instalação de bombas.

O ministro extraordinário de Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta (PT), foi ao local dos protestos acompanhado do prefeito Sebastião Melo (MDB). Pimenta afirmou que os moradores terão prioridade nas medidas de apoio implementadas pelo governo federal. Já Melo anunciou a abertura das comportas da região.

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