CFM elege nova gestão com defensores da cloroquina, contrários ao aborto e que participaram dos atos golpistas do 8/1
Dos 27 novos conselheiros do Conselho Federal de Medicina, nove se posicionaram publicamente contra o aborto
247 - O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou seus novos conselheiros para os próximos cinco anos. Entre os novos integrantes estão médicos contrários ao aborto, que defenderam o uso da cloroquina como tratamento durante a pandemia de Covid-19 e até participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A eleição acontece em meio a debates acalorados sobre o aborto. Em abril, o CFM proibiu a realização da assistolia fetal, procedimento recomendado pela OMS em casos de aborto legal após 22 semanas, criando barreiras adicionais para vítimas de estupro. A decisão gerou insegurança entre médicos, que enfrentam riscos como a perda de registro profissional.
Segundo o g1, entre os 27 conselheiros eleitos, nove se manifestaram contra o aborto, defendendo "a vida desde a concepção". Raphael Câmara Parente, eleito pelo Rio de Janeiro, foi relator da norma do CFM. Em São Paulo, Francisco Eduardo Cardoso Alves, defensor da cloroquina, foi eleito apesar da falta de eficácia comprovada do tratamento contra a Covid-19. A chapa, autointitulada a "única chapa de direita para o CFM", teve 37,97% dos votos válidos
No Distrito Federal, Rosylane Rocha, investigada por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro, foi eleita. No Mato Grosso do Sul, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, ex-presidente do CFM, criticado durante a pandemia por sua posição sobre o 'kit Covid', assume como novo conselheiro.
Os conselheiros eleitos tomarão posse em outubro, quando escolherão o novo presidente do CFM.
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