Juscelino Filho nega acusações de corrupção e compara indiciamento pela PF ao 'modus operandi' da Lava Jato
Supostos crimes atribuídos ao ministro teriam sido cometidos quando ele ocupava uma cadeira na Câmara dos Deputados
247 - O Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, negou nesta quarta-feira (12) as acusações de desvio de emendas parlamentares e comparou o seu indiciamento pela Polícia Federal (PF) às ações conduzidas durante a Operação Lava Jato. Segundo Juscelino, a investigação é movida por interesses políticos.
A Polícia Federal (PF) indiciou Juscelino nesta quarta-feira por supostos desvios de recursos destinados a obras da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Os investigadores alegam que o ministro se beneficiou do asfaltamento de ruas que dão acesso à fazenda de sua família, localizada em Vitorino Freire, no Maranhão. Os supostos crimes teriam sido cometidos quando ele ocupava uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Juscelino foi indiciado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O inquérito foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e terá o ministro Flávio Dino como relator.
"O indiciamento é uma ação política e previsível, que parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito”, disse o ministro por meio de uma nota oficial. Ainda segundo ele, “é importante deixar claro que não há nada, absolutamente nada, que envolve minha atuação no Ministério das Comunicações, pautada sempre pela transparência, pela ética e defesa do interesse público”.
Na nota, Juscelino destaca que durante o seu depoimento à PF “o delegado responsável não fez questionamentos relevantes sobre o objeto da investigação. Além disso, o encerrou abruptamente após apenas 15 minutos, sem dar espaço para esclarecimentos ou aprofundamento”, o que, segundo ele, “isso suscita dúvidas sobre sua isenção, repetindo um modus operandi que já vimos na Operação Lava-Jata e que causou danos irreparáveis a pessoas inocentes”.
Confira a íntegra da nota de Juscelino Filho sobre o caso:
“A investigação, que deveria ser um instrumento para descobrir a verdade, parece ter se desviado de seu propósito original. Em vez disso, concentrou-se em criar uma narrativa de culpabilidade perante a opinião pública, com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos.
O indiciamento é uma ação política e previsível, que parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito.
É importante deixar claro que não há nada, absolutamente nada, que envolve minha atuação no Ministério das Comunicações, pautada sempre pela transparência, pela ética e defesa do interesse público.
Trata-se de um inquérito que devassou a minha vida e dos meus familiares, sem encontrar nada. A investigação revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar.
No exercício do cargo como deputado federal, apenas indiquei emendas parlamentares para custear obras. A licitação, realização e fiscalização dessas obras são de responsabilidade do Poder Executivo e dos demais órgãos competentes.
Durante o meu depoimento, o delegado responsável não fez questionamentos relevantes sobre o objeto da investigação. Além disso, encerrou abruptamente após apenas 15 minutos, sem dar espaço para esclarecimentos ou aprofundamento.
Isso suscita dúvidas sobre sua isenção, repetindo um modus operandi que já vimos na Operação Lava-Jata e que causou danos irreparáveis a pessoas inocentes.
É importante lembrar que o indiciamento não implica em culpa. A Justiça é a única instância competente para julgar, e confio plenamente na imparcialidade do Poder Judiciário. Minha inocência será comprovada ao final desse processo, e espero que o amplo direito de defesa e a presunção de inocência sejam respeitados.
Juscelino Filho."
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