China prega harmonia, mas rejeita firmemente o bullying econômico dos EUA, diz Global Times, em editorial
Jornal afirma que a China responde com responsabilidade a medidas unilaterais e tarifárias de Washington
247 – A China reafirmou sua posição contrária ao uso abusivo de tarifas pelos Estados Unidos contra seus parceiros comerciais, incluindo o próprio país asiático. Em editorial publicado pelo Global Times, veículo ligado ao Partido Comunista Chinês, o governo chinês rechaçou o que chamou de "bullying econômico" praticado por Washington sob diversos pretextos, destacando que "pressão e ameaças não são o caminho certo para lidar com a China".
O texto do Global Times ressalta que, diante do unilateralismo, protecionismo e coerção econômica dos EUA, a China se comporta como uma potência responsável que "não causa problemas, mas também não os teme". A resposta chinesa veio em forma de contramedidas legais, reforçando seu compromisso com a proteção da soberania, segurança e interesses de desenvolvimento do país. Ainda segundo o editorial, "relações econômicas e comerciais entre China e EUA devem ser mutuamente benéficas".
Uma relação de interdependência
Apesar das diferenças históricas, culturais e institucionais entre China e Estados Unidos, o editorial lembra que os dois países acumularam uma trajetória de cooperação frutífera desde a normalização das relações bilaterais, há 45 anos. Nesse período, o comércio bilateral cresceu mais de 200 vezes, consolidando uma rede de cadeias de suprimento e produção interligadas, que refletem uma relação de interdependência econômica.
"A manutenção de laços econômicos e comerciais estáveis e a ampliação do 'bolo da cooperação' é um desejo comum de empresários e cidadãos dos dois países", afirma o texto. Ainda assim, o editorial critica a postura do governo norte-americano, que "tem escolhido erroneamente fazer outros pagarem pelos seus próprios problemas", referindo-se à queda da competitividade da indústria norte-americana e à adoção de tarifas como forma de compensação.
A guerra comercial de 2018 e seus ecos
O artigo lembra que, em 2018, quando os EUA iniciaram uma guerra comercial contra a China, diversos meios de comunicação norte-americanos alertaram que quem pagaria a conta seriam os próprios consumidores americanos. Essa avaliação, segundo o Global Times, segue válida: "Seja no passado ou no presente, a China tem insistido no diálogo e na construção de consensos. Sua posição é clara: não há vencedores em uma guerra comercial".
O jornal também comentou as 11 contramedidas anunciadas recentemente por Pequim, destacando que, ao contrário do que parte da mídia ocidental afirma, não têm como objetivo prejudicar consumidores ou empresas dos EUA, mas proteger os direitos legítimos da China.
Cooperação como saída para o futuro
Apesar do cenário adverso, o editorial destaca que a China mantém uma postura estável e coerente em relação aos EUA, buscando "injetar estabilidade e energia construtiva nas relações bilaterais". Em 2024, o volume comercial entre os dois países aumentou 3,7%, chegando a US$ 688,28 bilhões. Executivos americanos têm visitado a China desde o início de 2025, enxergando na inovação tecnológica um novo campo para cooperação e expansão de investimentos.
"A complementaridade econômica essencial entre China e EUA permanece inalterada", afirma o texto. A ascensão da inteligência artificial, a transformação verde e a crescente integração das cadeias industriais globais são oportunidades para que ambos os países avancem juntos. "Como as duas maiores economias do mundo, China e EUA devem ser parceiros e vencedores conjuntos na nova revolução tecnológica e transformação industrial".
Uma expectativa global por estabilidade
Por fim, o editorial conclui que a coexistência pacífica e a cooperação sino-americana geram benefícios não apenas para os dois países, mas para o mundo. "A lógica histórica da coexistência pacífica e a expectativa global por estabilidade permanecem constantes", diz o texto. A China espera que os EUA "encontrem a China no meio do caminho" e "resolvam diferenças com base na consulta igualitária", lançando as bases para a paz e a prosperidade mundial.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: