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      Trump diz que não se importa com inflação desde que comprem carros americanos

      Medida tarifária provoca críticas da indústria automotiva e reações internacionais

      Presidente dos EUA, Donald Trump - 31/01/2025 (Foto: REUTERS/Carlos Barria)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – No exercício de seu segundo mandato, iniciado em janeiro deste ano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender medidas protecionistas que colocam a indústria nacional no centro de sua agenda econômica. Em entrevista à emissora NBC, repercutida pelo site chinês Guancha, Trump afirmou que não está preocupado com o impacto inflacionário decorrente da nova tarifa de 25% sobre todos os carros e peças automotivas importados.

      “Não me importo nem um pouco. Espero até que os preços subam, porque assim as pessoas vão comprar carros feitos nos Estados Unidos — e nós temos o suficiente deles”, declarou o presidente, ao ser questionado sobre os efeitos da medida no bolso dos consumidores.

      A declaração foi dada após a assinatura, no último dia 26, de um decreto presidencial que impõe a nova alíquota, com entrada em vigor prevista para 2 de abril. Segundo Trump, o objetivo é claro: pressionar montadoras estrangeiras a transferirem suas fábricas para os EUA.
      “Se você produz carros nos Estados Unidos, vai ganhar muito dinheiro. Caso contrário, talvez tenha que mudar a produção para cá. Produzindo em solo americano, não haverá tarifa”, afirmou.

      Reação imediata: quedas em bolsas e protestos internacionais

      A imposição da tarifa causou forte impacto nos mercados. No dia 27, ações de montadoras estrangeiras despencaram nas bolsas globais, refletindo o temor sobre os efeitos econômicos da medida. Empresas do setor automotivo acusaram o golpe, enquanto governos de diversos países prometeram reagir.

      Em Tóquio, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, afirmou que “todas as opções estão sobre a mesa” em resposta à ação dos EUA. No Canadá, autoridades classificaram a medida como “injustificada e hostil”, apontando uma ruptura no histórico de cooperação econômica e militar entre os países.

      Custos devem subir até US$ 12 mil por veículo

      De acordo com análise da consultoria americana Anderson Economics, publicada pelo site britânico Auto Finance, os custos de produção de veículos nos EUA podem aumentar significativamente. Um utilitário esportivo (CUV), por exemplo, pode ficar pelo menos US$ 4 mil mais caro. No caso dos veículos elétricos, o impacto seria ainda maior, com acréscimos de até US$ 12 mil por unidade.

      Especialistas alertam que tais custos deverão ser repassados aos consumidores, o que pode afetar a competitividade do setor e derrubar as vendas de modelos mais visados.

      "O mundo nos explorou por 40 anos", diz Trump

      Mesmo diante da pressão internacional, Trump foi categórico ao afirmar que a medida será permanente. “O mundo tem explorado os Estados Unidos por 40 anos. Tudo o que estamos fazendo agora é justo. Francamente, estou sendo muito generoso”, disse o presidente.

      Ele também descartou qualquer possibilidade de adiar a entrada em vigor das tarifas. Segundo Trump, uma negociação só seria considerada se outros países oferecerem “algo de grande valor” em troca.
      “Se não tiverem nada de relevante para nos oferecer, não há razão para negociar”, concluiu.

      A nova política tarifária marca um dos primeiros movimentos econômicos de impacto do segundo mandato de Trump, reacendendo debates sobre os riscos de uma guerra comercial em escala global, num momento em que a economia internacional busca estabilidade.

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