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    Trump nomeia para comunicações republicano que vê big techs como cartel da censura

    Brendan Carr, indicado por Trump, promete defender a suposta 'liberdade de expressão' e revisar regulação sobre gigantes da tecnologia

    Brendan Carr (Foto: Jonathan Newton/Pool via Reuters)

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    247 - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou Brendan Carr como sua escolha para liderar a Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês). Segundo a Al Jazeera, Carr, que atua como comissário da FCC desde 2017, ganhou destaque por suas críticas às plataformas de tecnologia, acusando-as de operar um “cartel da censura”. A indicação reforça a postura de Trump contra o que ele chama de "discriminação de opinião" por parte das empresas de tecnologia.

    Em comunicado, Trump elogiou Carr como um “guerreiro pela liberdade de expressão” e destacou sua luta contra a regulamentação que, segundo ele, prejudica a inovação e a economia dos Estados Unidos. “Comissário Carr é um defensor incansável das liberdades dos americanos e está comprometido em acabar com o excesso regulatório que tem impedido criadores de empregos e inovadores”, afirmou Trump.

    Carr reforçou essa visão ao declarar em sua conta na plataforma X que é necessário “restaurar os direitos de liberdade de expressão para os americanos comuns”. Ele também defende que a FCC amplie sua atuação para supervisionar empresas como Google, Apple, Meta e Microsoft.

    Mudanças na regulação e o polêmico “Projeto 2025” - Carr é autor de um capítulo no documento "Projeto 2025", elaborado pela Heritage Foundation, que serve como um guia para reestruturar o governo federal sob a gestão de Trump. Nesse texto, ele sugere restringir a Seção 230 do Communications Act, uma legislação que protege as plataformas digitais de responsabilidade pelo conteúdo publicado por terceiros. Conservadores argumentam que a lei é usada para justificar discriminação contra opiniões divergentes.

    A Seção 230 tornou-se um ponto central na disputa entre conservadores e liberais. Enquanto críticos como Carr defendem sua reformulação, alegando que ela favorece a censura de vozes conservadoras, opositores como Adam Kovacevich, do grupo progressista Chamber of Progress, alertam para os riscos de enfraquecer essa proteção. “Carr quer atacar a Seção 230 e forçar plataformas a abrigar conteúdos tóxicos. Isso tornaria a internet um verdadeiro esgoto”, disse Kovacevich.

    Possíveis impactos na FCC e reação liberal - A FCC, tradicionalmente encarregada de regular rádio, TV e serviços de banda larga, poderá ser transformada caso Carr implemente suas propostas. Ele já sugeriu sanções rigorosas contra redes de TV que violem regras de transmissão, incluindo possíveis revogações de licenças. Durante a campanha presidencial, Carr acusou a NBC de descumprir normas ao convidar Kamala Harris para o programa Saturday Night Live, levantando questionamentos sobre “tempo igual” para candidatos em emissoras.

    Liberais temem que a FCC se torne um instrumento político sob a gestão de Carr. Max Burns, estrategista democrata, criticou a nomeação, apontando que ela faz parte dos planos de Trump para usar o órgão “como arma contra redes de notícias que ele não gosta”. 

    Equilíbrio de poder na FCC - Atualmente, a FCC possui maioria democrata entre seus cinco membros. No entanto, com o término do mandato da presidente Jessica Rosenworcel no próximo ano, Trump terá a oportunidade de inclinar o órgão em favor dos republicanos, consolidando sua agenda.

    A nomeação de Brendan Carr simboliza o aprofundamento da polarização em torno da regulação tecnológica nos Estados Unidos. Se confirmada, sua liderança promete reconfigurar a relação entre governo, empresas de tecnologia e liberdade de expressão, com impacto potencialmente global.

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