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      BTG ofereceu R$ 1 pelo Banco Master; BRB propõe pagar R$ 2 bilhões

      Enquanto BTG ofereceu R$ 1 para assumir dívidas e capitalizar o Master, BRB propõe pagar R$ 2 bilhões e abrigar Daniel Vorcaro no conselho de administração

      (Foto: BTG Pactual/Divulgação)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 - O BTG Pactual propôs comprar o Banco Master por apenas R$ 1 e utilizar o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir eventuais problemas de lastro e recapitalizar o banco, segundo Lauro Jardim, do jornal O Globo. Enquanto isso, o BRB (Banco de Brasília) oferece R$ 2 bilhões para efetuar a operação.  

      O BTG, comandado por André Esteves, e o Master, controlado por Daniel Vorcaro, mantiveram diversas reuniões desde dezembro de 2024 para discutir a transação. A negociação, porém, não avançou devido à falta de consenso entre os grandes bancos que controlam o FGC. Em seguida, o BRB passou a negociar a compra do Master por R$ 2 bilhões, em uma transação que ainda garantiria a Vorcaro um assento no conselho de administração do banco.  

      Pressão sobre o BC e riscos envolvidos - A aquisição do Master pelo BRB está sob análise do Banco Central (BC), que tem até 360 dias para decidir sobre a aprovação, segundo a Folha de S. Paulo. A transação, no entanto, já enfrenta resistência política e do mercado financeiro, tornando-se um dos maiores desafios para o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo.  

      O Banco Master é conhecido por operações de alto risco, especialmente com precatórios e CDBs lastreados no FGC, mecanismo financiado pelos próprios bancos. Estima-se que o Master tenha emitido cerca de R$ 50 bilhões em CDBs, o que representa quase metade da capacidade total do FGC (R$ 107 bilhões).  

      Condições da compra e ativos problemáticos - O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, afirmou que o contrato foi assinado e que os documentos foram protocolados no BC na última sexta-feira (28). No entanto, o fechamento da operação depende de cinco condições:  

      1. Conclusão satisfatória da auditoria dos ativos e passivos do Master;  
      2. Reorganização societária do Banco Master;  
      3. Aprovação do BC para formação de um conglomerado liderado pelo BRB;  
      4. Homologação de aumentos de capital em ambas as instituições;  
      5. Aprovações do Cade e do BC em relação a questões antitruste.  

      Costa ressaltou que ativos de alto risco, como precatórios e participações societárias, ficarão de fora do negócio. A estimativa preliminar desses ativos problemáticos é de R$ 23 bilhões, valor que pode aumentar após auditoria.  

      Reações políticas e temor no mercado - A operação gerou críticas de políticos e do setor bancário. Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e aliado do governo Lula, afirmou em redes sociais que "está em curso um dos maiores escândalos do país".  

      Enquanto isso, grandes bancos demonstraram preocupação com o modelo de negócios do Master e com o possível impacto no FGC. Desde janeiro de 2024, o BC vem apertando as regras do fundo, exigindo maior alocação em títulos públicos, mas a operação com o BRB reacendeu alertas.  

      Galípolo no centro da disputa - A decisão sobre a compra será um teste crucial para Gabriel Galípolo, que já enfrenta pressões políticas de diferentes setores. O vazamento da negociação antes do anúncio oficial foi visto como uma tentativa de "fato consumado", aumentando a tensão no mercado.  

      Enquanto o BTG ofereceu R$ 1 para resolver os problemas do Master com o FGC, o BRB está disposto a pagar R$ 2 bilhões – uma discrepância que alimenta dúvidas sobre os reais interesses por trás da operação. O BC terá a palavra final, mas a decisão promete agitar o sistema financeiro e a política econômica nos próximos meses.

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