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    Jornal O Globo volta a usar 8 de janeiro para atacar a liberdade de expressão e o Marco Civil da internet

    Em campanha contra o Artigo 19, veículo busca enfraquecer a liberdade de expressão enquanto tenta conter a concorrência digital

    Atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023 (Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF)

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    247 – A cobertura do jornal O Globo sobre as investigações da Polícia Federal a respeito dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro evidencia uma campanha preocupante: usar um episódio de insurreição frustrada para atacar o principal pilar da liberdade de expressão na internet, o Artigo 19 do Marco Civil da Internet. Foi o que o jornal fez neste domingo, ao publicar a reportagem "Em meio a vácuo de regulação, redes sociais foram usadas para insuflar golpe, mostra inquérito da PF".

    Ao atrelar a ausência de regulação das redes sociais à organização de atos golpistas, O Globo constrói uma narrativa que desvia o foco dos verdadeiros responsáveis e tenta justificar uma revisão legislativa que enfraqueceria os direitos de expressão garantidos na internet. Essa abordagem, no entanto, revela mais do que uma suposta preocupação com a democracia: escancara os interesses comerciais do jornal em atacar as plataformas digitais, que se consolidaram como concorrentes diretas ao seu domínio histórico na comunicação.

    A insistência em atacar o Artigo 19 do Marco Civil, fundamental para proteger o direito de expressão dos cidadãos brasileiros, expõe a campanha do veículo contra a pluralidade de opiniões. O jornal pinta o ecossistema digital como um território sem leis – o que não corresponde à realidade. Essa narrativa favorece apenas grandes conglomerados como o Grupo Globo, que têm perdido espaço e influência na era digital.

    Ao pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para considerar o Artigo 19 inconstitucional, O Globo não apenas defende uma posição que restringe a liberdade de expressão, mas também busca recuperar seu monopólio informativo, ameaçado por mídias independentes e novas vozes emergentes nas redes.

    A cobertura enviesada do jornal, que atribui às plataformas digitais a responsabilidade pela organização dos atos de 8 de janeiro, ignora deliberadamente a complexidade do tema. Ao invés de propor políticas públicas e debates sobre educação midiática, O Globo escolhe atacar as bases da liberdade de expressão na internet, tentando silenciar a concorrência e restaurar sua hegemonia na comunicação.

    "A falência da autorregulação das redes", termo amplamente repercutido pelo jornal, é apresentada de forma descontextualizada, omitindo as conquistas do Marco Civil, os benefícios da liberdade de expressão e os esforços no combate a abusos. Essa abordagem revela uma estratégia calculada para enfraquecer a internet como espaço de pluralidade e diversidade, colocando os interesses comerciais acima da defesa da democracia.

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