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    'Brasil não é terra sem lei e não ficará de braços cruzados', diz ministro da AGU após nova política da Meta

    "Nosso ordenamento jurídico oferece anticorpos para combatermos desordem informacional. Portanto, não vamos ficar de braços cruzados", disse Jorge Messias

    Jorge Messias (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
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    247 - O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, rebateu o anúncio da Meta de que irá  encerrar seu programa de checagem de fatos e permitir a disseminação de desinformação e fake news, além dos ataques e ameaças veladas feitos pelo dono da big tech, Mark Zuckerberg, a países da América Latina. "Aqui não é terra sem lei, obviamente. Nosso ordenamento jurídico já oferece anticorpos para combatermos desordem informacional. Portanto, não vamos ficar de braços cruzados", disse Messias à coluna da jornalista Daniela Lima, do g1. 

    A decisão da Meta, controladora do Instagram, do Facebook e do WhatsApp, que inicialmente afeta os Estados Unidos, tem gerado preocupações em outros países, especialmente na América Latina, diante da possibilidade de que a plataforma adote uma postura similar em relação a outras regiões. O ministro da AGU também ressaltou que a decisão da empresa estadunidense "enfatiza a necessidade de uma conclusão no julgamento sobre a responsabilidade das redes sociais pelo Supremo Tribunal Federal". 

    A afirmação de Messias fas referência a necessidade de conclusão do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a responsabilidade das redes sociais, um tema fundamental que envolve a análise do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que trata da responsabilidade das redes sociais pela exposição de conteúdos prejudiciais ou criminosos, como a disseminação de desinformação. 

    O julgamento do caso está sob a relatoria do ministro Dias Toffoli, que já votou pela obrigação das plataformas de excluir postagens potencialmente lesivas à lei, mesmo sem uma ordem judicial. Contudo, o ministro Luís Roberto Barroso pediu vista do processo, que deverá ser retomado após o recesso do Judiciário.

    De acordo com ministros da Corte ouvidos pela reportagem, se o CEO da Meta decidir estender sua decisão ao Brasil e tentar pressionar o país contra a regulamentação das redes sociais, a maioria dos ministros do STF acredita que essa posição não resistirá ao julgamento do artigo 19.

     A corte tem uma visão predominante de que as plataformas têm responsabilidade na exibição de conteúdos danosos ou criminosos, embora haja divergências em relação à necessidade de uma ordem judicial para a remoção desses conteúdos.

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